Titulo: Diversidade de Vertebrados Terrestres em Fragmentos Florestais na Amazônia
Aluna: Jacqueline Almeida da Silva
Resumo: A Amazônia é uma das regiões com as maiores taxas de desmatamento da região tropical, esse desmatamento se caracteriza como a principal causa da transformação de grandes áreas de florestas contínuas em fragmentos isolados, circundados por uma matriz estruturalmente distinta. A partir desses remanescentes florestais, vários fatores influenciam no seu potencial de manutenção das espécies, características como o tamanho, o grau de isolamento, o tipo e histórico de uso da matriz são fundamentais para definir a diversidade de espécies da fauna em um fragmento florestal, além disso, as características ecológicas das espécies também vão influenciar no grau de tolerância ao habitat fragmentado. Os vertebrados terrestres que incluem as classes Amphibia; Reptilia e Mammalia possuem alta diversidade morfológica, comportamental e de hábitos, que refletem na sua ampla variedade de papéis ecológicos nos ecossistemas florestais, e isso faz com que essa fauna responda de diferentes formas a fragmentação florestal. Entre os muitos efeitos negativos do processo da fragmentação sobre o grupo de vertebrados terrestres podemos citar a alteração na composição de espécies, redução na riqueza de espécies, redução na diversidade funcional e maior dominância de grupo de espécies. Considerando que o impacto da fragmentação tem importante implicação quanto à perda da biodiversidade, aliada à reconhecida importância ecológica dos vertebrados terrestres, temos como objetivo nesse estudo testar quais e como as métricas de paisagem afetam a riqueza de espécies de vertebrados terrestres em fragmentos florestais degradados na Amazônia Oriental. Até o momento temos delimitado 17 fragmentos florestais distribuídos nos municípios de Santa Barbara, Belém, Marabá e Moju, no estado do Pará, cada fragmento se caracteriza como uma unidade amostral independente, nas quais já foram coletados, ao longo dos anos 2009 a 2014, dados específicos de riqueza, composição e abundância da fauna de vertebrados terrestres. Para a amostragem de pequenos mamíferos não voadores (marsupiais e pequenos roedores) foram utilizados dois métodos de captura: Armadilhas de Contenção de Animal Vivo (ACAV) dos tipos Sherman e Tomahawk e Armadilhas de Interceptação e Queda (pitfall) (AIQ), para mamíferos de médio e grande porte foram utilizados os métodos de armadilhas fotográficas e censo visual/ busca por vestígios. A amostragem para anfíbios e répteis foi feita pelos métodos de Procura Ativa (PA) e AIQ, além de registros de anfíbios através de Reconhecimento Auditivo (RE). Para relacionar as características dos fragmentos com a riqueza de espécies de vertebrados, utilizaremos as seguintes métricas de paisagem: tamanho do fragmento, tipo de matriz e conectividade com outros fragmentos. Os tamanhos dos fragmentos foram calculados através do Programa ArcGis (Versão 10.2), para caracterizar a estrutura da matriz dos fragmentos quanto ao uso e ocupação iremos mapear a área de entorno dos fragmentos utilizando imagens de satélite Landsat 8 (LS8) no Programa ArcGis em um buffer de 1 Km calculando a porcentagem de cada tipo de uso do solo. A Conectividade dos fragmentos será calculada através do Índice de Proximidade. Para testar a influência dessas métricas na riqueza de espécies dos fragmentos, faremos uma análise Classification Trees (CTs) considerando todos os vertebrados terrestres, e em seguida separando-os por grupo (anfíbios, répteis, mamíferos). Também faremos uma PCoa (Análise de Coordenadas Principais) na tentativa de inferir agrupamentos dos grupos taxonômicos e verificar quais métricas de paisagem estão influenciando diretamente cada grupo de espécies.
Palavras-chave: fragmentação, Amazônia, ecologia de paisagem, vertebrados terrestres
Banca Examinadora:
Dr. Gleomar Fabiano Maschio (UFPA) – Presidente
Drª. Maria Cristina dos Santos Costa (UFPA) – Titular
Dr. Raphael Ligeiro Barroso Santos (UFPA) – Titular
Local: Sala SAT 06 Prédio Anexo ao Instituto de Ciências Biológicas