Titulo: Variação morfológica de Amphisbaena fuliginosa Linnaeus, 1758 (Amphisbaenia: Amphisbaenidae)

Aluna: Clara Araujo Salvino

Resumo: Anfisbênios são representantes de répteis Squamata que possuem hábito fossorial e modificações cranianas relacionadas ao processo de escavação. Somente Amphisbaenidae, entre as seis famílias de Amphisbenia, é registrada para a América do Sul. Entre as 74 espécies de registradas para o Brasil, Amphisbaena fuliginosa é diagnosticada por apresentar o comprimento total 350-500 mm, padrão de coloração xadrez, preto e branco, e autotomia no sexto ou sétimo anel caudal. Com base na distribuição geográfica e no padrão de coloração Amphisbaena fuliginosa apresenta cinco subespécies de A. f. fuliginosa, A. f. varia, A. f. amazonica, A. f. bassleri e A. f. wiedi. A hipótese de mudanças climáticas no pleistoceno foi usada para explicar a variação presente destas subespécies. Recentemente, as subespécies de A. fuliginosa foram elevadas ao nível de espécie sem nenhuma justificativa para a mudança taxonômica e por isso, atualmente, esta mudança vem sendo pouco utilizada. Nesse trabalho, pretendemos analisar a amplitude da variação morfológica das cinco subespécies de A. fuliginosa com base em caracteres de morfologia externa e interna, avaliando a presença de dimorfismo sexual, apresentando novos caracteres morfológicos diagnósticos e inferindo os limites geográficos. O material analisado está depositado nas principais coleções cientificas do Brasil e do exterior. Para as análises o material será divido em dois grupos: primeiro composto por cinco unidades taxonômicas representando cada uma das subespécies que permitirá visualizar as diferenças morfológicas entre os táxons; e o segundo composto por três unidades taxonômicas representando os biomas de ocorrência (Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica), permitirá verificar se existe correlação entre a morfologia e o ambiente. Inicialmente, foram selecionados 22 caracteres para morfometria linear, 20 para morfometria geométrica e 14 merísticos, além do padrão de coloração e morfologia hemipeniana. Posteriormente, alguns dados serão submetidos a análises estatísticas univariada, e os caracteres quantitativos e qualitativos serão submetidos a análises estatísticas multivariadas. O conjunto maior de dados morfológicos, acrescentando dados que ainda não haviam sido utilizados, será importante para caracterizar cada uma das subespécies e inferir os limites de cada um dos táxons.

Banca Examinadora: 

  • Drª. Ana Lúcia da Costa Prudente (MPEG) – Presidente

  • Dr. Gleomar Fabiano Maschio (UFPA) – Titular

  • Dr. Marcelo José Sturaro (MPEG) – Titular

  • Dr. Wolmar Benjamin Wosiacki (MPEG) – Suplente

Local: Sala 11, anexa ao Auditório Paulo Cavalcante (Campus de Pesquisa do Museu Paraense Emílio Goeldi)

Data: 24/03/2017

Hora: 09h